O chimarrão é, por excelência, a infusão dos argentinos em geral e com maior especificidade para os porteños, como o chá para os chineses.
Consiste em uma infusão de erva mate e água fervida, às vezes com açúcar – mate doce- e outras sem - mate amargo o chimarrão-; é uma bebida quente.
O recipiente em que se apronta o chimarrão também é chamado de mate, e tem a forma da metade de uma pêra (antigamente, nas suas origens, era elaborado com cuias uruguaias).
Outro componente do mate é a bomba - um canudo de uns 18 cm de cumprimento finalizado em um ralo que impede a passagem do pó da erva e possibilita absorver a infusão - e a chaleira – recipiente com bico onde se ferve a água para se servir diretamente no mate ou na garrafa térmica com tampa e bico que mantém a água quente.
A elaboração –quase um rito- requer de determinados passos em seqüência: colocar a erva no mate um pouco mais da metade da sua capacidade; inserir a água tendo cuidado especial de que a água não esteja tão quente no primeiro mate para não queimar a erva, e deixar “inchar” (umedecer o necessário e fazer crescer a erva) por uns minutos; inserir só então a bomba que ficará sujeita, e por último, verter novamente água quente no mate para ser absorvida através da bomba.
Tomar mate em família ou em grupo (compartilhando) é relacionado com o agasalho, o lazer; significa desfrutar de um agradável intercâmbio fraterno.
Tomar mate sozinho é uma intimidade deleitada.
Ruiz Dias de Guzmán (1612) segue o relato de Hernandarias sobre o descobrimento da erva mate que utilizaram os nativos dessas terras para fazer uma infusão de ingestão diária e reiterada no dia. Essa prática fica assim evidenciada, historicamente, até hoje.
Nos relatórios das memórias de La Conquista é evidenciado o prejuízo dos conquistadores, em particular, os Jesuítas, sobre os novos usos e descobrimentos que consideravam o consumo da erva como vício, e a erva uma droga.
Segundo o relatório de Hernando Arias de Saavedra, os aborígines colocavam erva mate –que previamente trituravam e torravam- em uma cuia ou cuia uruguaia e através de uma bomba (pedaço de canha) absorviam.
A erva mate (na atualidade o nome tem sido simplificado: “erva”) consiste nas folhas de uma árvore ou pequena planta oriunda de Misiones e Corrientes – Argentina-, do Paraguai ou do Brasil – países vizinhos-, que cresce nas selvas primitiva. As folhas são cortadas, secas e trituradas obtendo um pó de cor verde que é misturado com paus da mesma planta ou árvore (existe erva com pau, e sem segundo a eleição do mercado).
O seu nome – Erva- provém da ignorância de que esse pó é o resultado da pulverização das folhas de uma árvore.
O nome “Caa” outorgado pelos guaranis evoluciona a erva, nome utilizado hoje por todos os países americanos consumidores.
Os paises que consomem muita erva são o Brasil, a Argentina, o Paraguai, e alguns lugares na Bolívia, no Chile e no Uruguai (importante consumidor).
A denominação científica da erva mate é ILEX PARQAGUARIENSIS.